Os Arboit no Brasil: caminhos e retratos do coração

Os italianos correspondem a 42% do total de imigrantes que entraram no Brasil entre 1870 e 1920. A maioria proveniente do norte da Itália, da região do Vêneto (Belluno, Padova, Rovigo, Veneza, Verona e Treviso). Segundo Franzina (2006, p.84-66), de 1876 a 1901 emigraram da Itália quase 6 milhões de cidadãos. Nesse período o Vêneto apresentava grandes problemas nas zonas rurais. A emigração veneta constitui, nesses 26 anos, a exata terça parte da emigração italiana. As províncias de Belluno e Udine, menos densamente povoadas, foram as mais atingidas pelo fenômeno migratório, as mais atormentadas pela malária e por maus contratos de trabalho agrícola.

Os italianos se tornaram emigrantes transatlânticos, bem acostumados ao trabalho temporário na França, na Suíça, Áustria etc. Com eles, já na tão sonhada América, traziam a dor da partida e a angústia do desconhecido, por quantas guerras, lutas, fomes... e o amor, essa força, as alegrias e estímulos nos legaram. É certo que sem cada um deles não estaríamos aqui hoje, a nossa carga genética advém de tantas gerações de avós, do pai e da mãe. Para nascer precisamos dessa turma toda.

Famílias paranaenses, catarinenses e gaúchas fazem parte atualmente do ramo Arboit Cornerot no Brasil, considerando que assim a família se subdividiu em quatro ramos, para melhor identificá-los a partir do lugar onde moravam em Rocca D’Arsiè, a tratar do cultivo, do gado, da madeira, do sustento da família sempre relacionada com a prática religiosa e a lidar com as separações temporárias das emigrações regionais aos países vizinhos.

Suas principais ramificações no Brasil são: Alves, Andrete, Berti, Brillinger, Burigo, Camargo, Cechinel, Cirimbelli, Coral, Costa, Dal Pont, De Faveri, De Pellegrin, Ferreira, Ferro, Giglio, Gonçalves, Guimarães, Isé, Kleina, Lara, Lineburger, Manso, Mattoso, Meyer, Pasquali, Pinto, Pioli, Presa, Ramos, Rech, Ribeiro, Rocha, Rodi, Ronchi, Santos, Serafin, Smaniotto, Souza, Speck, Stradiotto, Tramujas e Zarpellon. E são muitos membros com o sobrenome ARBOIT.

A antroponímia italiana de época é somente o nome e um sobrenome, prevalecendo o sobrenome paterno na filiação, considerando que, após o casamento oficial, o sobrenome da família da esposa dá lugar ao do esposo. Em tese, na tradição, a mãe dá à luz e o pai dá o sobrenome.

Desde a chegada dos primeiros membros da Família Arboit, em junho e novembro de 1877, no Rio Grande do Sul e Paraná, nenhum dos sobrenomes conservou a escrita original. Além dessas variações na escrita por conta dos cartórios locais, pronúncias dos dialetos e questão de iletrismo, também há o costume da mulher mudar de nome após o casamento.

Por outro lado, a análise dessas variações me permitiu ligar as distintas gerações da família. Hoje, com os dados que tenho, é possível identificar o grau de parentesco de quase todos os membros da família deste ramo. Procuro conhecer e compreender a origem, a evolução e a dispersão das famílias. Conheci muita gente neste tempo de sobrevida conquistada e dedicada ao estudo da nossa família. Essas descobertas emocionantes e as aprendências fazem parte das conquistas, da amorosidade das trocas. Com o objetivo de que as pessoas se fortaleçam ainda mais nesses laços familiares que nos abraçam. Comemoro cada evento registrado, cada fase relacionada, cada história contada. São nossas memórias compartilhadas advindas das infâncias, dos convívios e boas conversas. O trabalho é dinâmico, apaixonante, entusiástico. Despertar o senso de identidade, conhecer a história e aprender com as pessoas que nos compõem. É isso que me move.

Apresento o painel dos Arboit divididos em três fases, cujos retratos consegui reunir na pesquisa ou partilhas. Infelizmente, a ação do tempo levou parte dessas memórias, alguns sobrevivem há quase um século.

Geração dos Avós: Trisavós - Bisavós - Avós (datas de nascimento)

Geração dos Amados Pais e Mães

A Nossa Geração de Filhos
"E aprendi que se depende sempre
De tantas, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
Das lições diárias de outras tantas pessoas

E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá
E é tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho por mais que pense estar

E é tão bonito quando a gente pisa firme
Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos
E é tão bonito quando a gente vai à vida
Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração."
- Caminhos do Coração, Gonzaguinha, 1982.

Observação: Faltam as gerações de netos e bisnetos considerando a geração do probandus, como pessoa base da genealogia Arboit. Aos visitantes do Blog e que pertençam a família podem entrar em contato para que possamos incluir novas fotos, agradeço se tiverem também fotos antigas da família. Aceito também sugestões.

Referências
FRANZINA, Emilio. A Grande Emigração: o êxodo dos italianos do Vêneto para o Brasil. Campinas: UNICAMP, 2006.
GARNERO, Ausonia Perlingeiro. A volta do emigrante italiano muitos anos depois. Niterói: Imprensa Oficial, 2000.

Comentários

  1. Boo noite! A foto que está no primeiro conjunto, quarta da segunda linha - com óculos, é do nosso pai Aquilino Luiz Cirimbelli.

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